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Ao ouvir outras pessoas sobre suas alegrias, angústias e dúvidas quis compartilhar minhas impressões sobre esses momentos que vivencio no desejo de ser útil.

Ao lê-las, comente-as. Deixe sua ideia, sua impressão.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Cara Cora Coralina

Quintal de Cora


Visita a cidade de Goiás, casa de Cora Coralina e o busto dela ao fundo na janela de seu quarto.
30-12-2011
Alterado texto em 29-03-2022
Fui visitar minha amiga Cora em sua casa. Ela estava à janela, sorrindo-me. 
O seu rosto marcado pelos sabores do tacho. A alma suavizada pela fervura dos doces.
As mãos firmes pelas palavras escritas sinalizava a certeza de que estava no mundo e sabia, enfim, o seu lugar.
Com poucas palavras disse-me ter tudo de que precisava no mundo e, também, nada. 
Precisava de pouco para viver. Um liquidificador, uma geladeira, um ferro elétrico. Isso era um pouco de tudo. 
Senti seu perfume caseiro pelo correr das águas do Rio Vermelho.
Fiquei ao seu lado vendo o que seus olhos viam.
Vi o tempo passar. No tempo dela.
Vi suas roupas esticadas nos cabides ao lado de sua cama; seus livros enfileirados no livreiro, como bons amigos.
A sua máquina de costura, ainda com a linha a esperar pelos seus dedos ágeis.
Cora tocou-me o coração. Despertou-me lágrimas. 
Em seu quintal, fechei meus olhos e a escutei recitar um de seus poemas.
Minha amiga Aninha, com suas palavras. Com sua meninice.
Profunda, e clara. Sua poesia era sua história, sua vida.
Não distinguia o tempo de menina e o de agora.
Segue vivedo um tempo atemporal.
E eu sigo Aninha, a Cora, na poesia da vida. De minha vida.

domingo, 24 de julho de 2011

Belas Artes. Atos bizarros.



Nem Fellini conseguiu que o navio não partisse. Todos nós estivemos lá dentro para deplorar o funeral não de uma expoente na arte de cantar e sim do espaço de tantas artes numa tela branca. 
Ao passar pelo finado Cine Belas Artes neste domingo, 24, vi-o abandonado, sujo, as portas cobertas por papéis, tintas e grafites e a marquise servindo de abrigo para o frio de alguns. O frio perene na alma de poucos que ousaram impedir que a "Música e Fantasia" continuassem a aquecer os corações dos "Amores Expressos" . O ambiente agora mais parece uma zona de "Apocalypse". 
Suas salas estão envoltas num véu de escuridão. Foi imposta "A Lei de Desejos" contrários aos de um povo faminto de sonhos.
Essa foi, infelizmente, "A Regra do Jogo" em que todas as cartas já estavam marcadas antes de irem para a mesa.
Se aproximarmos nossos ouvidos das portas de vidro escutaremos "Gritos e Sussurros" de pedido de socorro d'O ilusionista que acredita que o poder esteja no dinheiro que sua carteira abrigará a despeito  da  mais pura verdade de que somente a arte pode dar ao homem o poder de se elevar como ser humano e torná-lo mais rico.
http://www.clicapiaui.com/geral/44917/veja-programacao-de-filmes-do-cinema-belas-artes.html

Força centrípeta e centrífuga

A hora da despedida se aproximava. As lágrimas escondidas nas curvas de seus olhos teimavam em saltar e denunciar seu sofrimento.
Sofrimento percebido e aquietado por seu pequeno coração.
Nada podia ser feito diante dessa dor da tão pequenina criança. Era hora de voltar para sua casa depois de um fim de semana ao lado de seu pai.
Ele, triste, porém conformado já esperava no carro com o motor ligado pela necessidade de abreviar o tempo da despedida. Ela, arrumando suas coisas de pouca importância, tentava retardar sua saída. No caminho nenhum dos dois pronunciava qualquer som. As palavras não eram requisitadas. Tudo já tinha sido dito. No centro de tantas forças da alma surgiu um momento de inércia. Ambos parados em frente à casa dela num acolhedor e profundo abraço permaneceram assim por longo tempo. Suas lágrimas agora não tinham porque se esconder. Elas denunciavam seu desespero e o inevitável. Já estava em casa e não poderia por argumento algum retroceder. Não dependia dela a sua vontade ser satisfeita. 
Seu pai beijava ternamente sua cabeça e alisava seus cabelos incitando uma força contrária que a traria para mais perto de si.
Ele a viu afastar-se cabisbaixa e firme. Sozinho entregou-se à própria dor. Uma dor repetida semanalmente.
A dor da despedida do encontro por um breve tempo com o pedacinho que faltava em seu coração.



domingo, 17 de julho de 2011

Comer, beber e palavrear

(Encontro dos jornaliristas na Vila Madalena - 16/07/11)
Novamente falo de encontros de conhecimento, ideias e pessoas afins. Elementos que bem combinados num espaço qualquer sob um luar de emoção se tornam momentos únicos.
Nem o futebol na grande tela nos calou. As palavras não se perderam em meio aos olhares hipnotizados por uns tantos pares de pernas correndo atrás de uma esfera alheia  à sua trajetória.
Propostas de realização de nossos desejos postas à mesa , os astros foram evocados para influenciarem o desenrolar das intenções. Shellah os distinguia e os interpretava nas entrelinhas de cada um de nossos destinos. Guilherme construía pontes para facilitar a travessia do indivíduo para o público e Silvio moldava as palavras transformando-as em poesias.
Novos talentos assomaram revelando a pureza e a sabedoria. Esta, não um fruto do envelhecimento das ideias e experiências, mas o sinal de uma existência criativa e sensível dos olhares jovens para um velho mundo.
Falamos de panelas e de almas simples que transformam matérias primas em alimentos para corpos carentes de aconchego.
Emocionamo-nos com a realização de sonhos acalentados no íntimo ao ser exibido em público. Seríamos os próximos a nos ver nos lábios de alguém?
Presenciamos uma amizade comprovada e fiel à infância.
Brindamos ao prazer de existirmos e compartilharmos esse momento.
O tempo num breve virar da ampulheta se extinguia. Já era hora de despedirmo-nos. O coração e mente alimentados no banquete das palavras nos inspiraria a novos contos, poemas e crônicas. Prometemos não demorar a nos rever.
Agora, o lápis ou as teclas se encarregarão de transformar as emoções deste encontro em composições textuais a serem lidas por futuros membros e amigos que por ventura se juntarem a nós em uma próxima vez.
Foram poucos agora. Mas como profetizou Guilherme: Ainda cobriremos o caminho da Vila Madá ao Pacaembu.
E de mãos dadas, Guilherme. Anote aí!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Não vou nem morto


As terras ficavam no sudeste de Minas. Terras é exagero de minha parte. Era um roçado. O roçado de Messias. Homem bom, quarenta e cinco anos. Envelhecido pela lida de muitos anos na roça. Desde que era menino já trabalhava capinando mato e arando terra. A enxada era a continuação de seu braço. Bem talhado e com a pele vincada e ressequida pelo uso, como as rachaduras do cabo da enxada.
O único desejo de Messias nessa vida era ver os filhos doutores. Mas que raio de vida! Tá ficando difícil de conseguir isso!, ansiava.
Pobre homem! Os dias eram como qualquer outro dia. Todos iguais. Acordava muito cedo, quando o sol nem havia nascido, pegava seu braço-enxada e rumava para a roça. Antes, Justina, sua esposa, lhe preparava a matula pra mode ele se alimentar na hora da fome. A água? Bebia na fonte. Passava nos fundos da sua roça um riozinho besta mas o bastante para prover toda a família. Essa era uma bênção de Deus, com certeza!, pensava Messias.
Justina já não guardava a beleza dos tempos de mocinha. Ainda nova casara-se com Messias, na esperança de dias melhores. Moça da cidade, embora afeita ao trabalho desde cedo, a roça a castigou mais que o tempo seria capaz de realizar em tanta formosura. Vincos apareceram cedo na face, roubando-lhe o viço e o frescor que só as moças do interior possuem pela vida pacata e saudável.
Justina e Messias só tiveram três filhos. Roberto, com treze, acompanhava o pai no roçado após chegar da escola de manhã. Juliano, onze, cuidava do galinheiro, dos porcos e a da vaca. E a linda Lindaura, com seus sete anos, ajudava a mãe nos afazeres domésticos e no cultivo da horta. A pobrezinha ainda não ia para a escola, mas era muito danadinha de esperta.
Assim pensava Messias em sua vida. Deixava suas lembranças lhe banharem o pensamento enquanto descansava à beira do riozinho. Ouvia o vento no balançar da folhagem abundante à sua volta. Roberto cochilava ao seu lado e isso o levou a viajar em sua memória, até a adolescência.
Menino, muito magro, porém forte, não tinha tempo para folguedos infantis, o pai partira cedo deixando viúva e cinco filhos. Messias assumiu a responsabilidade pelos cuidados com o sítio da família, com o sustento dos irmãos e da mãe. O tempo passou devagar, assim como os dias transcorrem lentos em lugares distantes do meio urbano.
O rosto de Justina lhe veio à mente. Lembrou-se de como ela era bonita quando a conheceu. Numa tarde precisou ir até à cidade comprar mantimentos para a despensa vazia. Ao passar de bicicleta em frente à loja de tecidos, avistou uma linda moça atendendo uma cliente. Freou a bicicleta. Apeou-se dela como se estivesse montado em um cavalo. Aprumou-se, passou as mãos ajeitando seus cabelos e adentrou a loja confiante, com passos bem ligeiros. Lembrou-se de repente que não havia pensado em uma desculpa para puxar prosa com a moça. A coragem esvaía-se a cada passo que dava. Queria voltar mas já era tarde. O que dizer, meu Deus?, valei-me Nossa Senhora! É agora ou nunca, pensou. A moça lhe sorriu dando a perceber que notara a sua presença. Vixe Maria! E agora? O que faço? A moça lhe tirou desse emaranhado de pensamentos e cumprimentou-o gentilmente, oferecendo ajuda.
─ O que deseja?
Gaguejando, ainda em busca de palavras, despejou as que vieram de pronto à sua cabeça:
─ Farinha, polvilho, pra mode levar pru sítio.
A moça sorriu de novo e timidamente colocou as mãos diante dos lábios, de vergonha pelo mau jeito de Messias.
Delicadamente, sem querer constrangê-lo, indicou o armazém mais à frente. Mas antes de se despedirem, ele perguntou o seu nome.
─ Justina!
Um mês depois de tantas pedaladas em frente à loja de Justina e um breve aceno de cabeça, encheu-se de coragem e pediu o consentimento dela para acompanhá-la até a casa. Nesse primeiro encontro, mais demorado, puderam se conhecer um pouco melhor. Justina, muito à vontade ao seu lado, falava mais. E ele, encantado e tímido ao mesmo tempo, a ouvia só mexendo a cabeça, como a concordar com tudo que ela dizia. Essa é a mulher que quero para minha esposa, reconheceu.
Depois de um ano desde o primeiro encontro desajeitado na loja de tecidos, Justina e Messias se casaram no cartório da cidade. Com algumas economias, Messias comprou um sítio para ele e Justina morar. Seus irmãos assumiram os cuidados com a mãe e a terra da família.
Realizado o humilde casamento, os dois montaram na bicicleta e rumaram para a casinha simples mas bem caprichada na arrumação. O fogão a lenha no canto da sala aqueceria muitas noites frias. Na sala, um lampião a querosene; outro em frente à casa, pendurado numa majestosa mangueira, para guiar a volta da roça no fim do dia de Messias. Justina o esperava com o caldo quente na cumbuca sobre a mesa. Messias voltava sempre ao cair da tarde, para evitar as cobras pelo caminho.
Um estalo do quebrar de um galho o derrubou dessas reminiscências. Levantou-se sobressaltado. Verificou que Roberto dormia e foi em direção ao barulho.
Com o braço-enxada aguçou todos seus sentidos.
À sua frente um sujeito com uma grande capa preta e um capuz a lhe cobrir o rosto.
─ Tarde!
─ Tarde! O que quer por aqui?
─ Você estava pensando na vida? 
─ Como sabe? Quem é você?
─ Só pra eu me certificar: qual é a sua graça?
─ Messias. O que faz aqui no meu sítio?
─ Calma, homem; logo vai entender.
Messias sentiu um calafrio percorrer a coluna. A enxada de repente se soltou de suas mãos. Sentiu que boa coisa não era. Emudeceu de uma vez. Não conseguia articular nem uma palavra sequer. Seus pés plantaram no chão. O sujeito se aproximou mais dele e lhe sussurrou ao ouvido; Messias gelou.
─ Então só mais um mês? Não tem jeito de negociar o prazo?
─ Daqui a um mês voltarei.
Assim como apareceu, desapareceu. Assustadoramente.
Messias saiu a custo do lugar e voltou cambaleante para perto do filho.
Seus olhos se encheram de ternura e pena dele.
Não poderia contar para o filho, muito menos para Justina.
Teria que pensar e resolver isso sozinho.
Acordou o filho dando ordem de juntar tudo para voltarem para casa.
Roberto não entendeu nada, mas tratou de obedecer ao pai.
Messias demonstrava, além de pressa, uma agonia em seu semblante. Mais parecia que havia visto um fantasma. Correu para ajeitar as coisas e saiu atrás do pai.
Messias apressava o passo. O pensamento dando voltas. Enrolava e desenrolava qual um novelo de barbante. Como vou me safar dessa?
De repente estancou no caminho. Roberto deu de cara com as costas do pai, derrubando tudo que carregava.
─ Filho, vai na frente e chama sua mãe. Diga para ela vir sem demora.
O menino disparou pelo caminho. Chegou a casa esbaforido, mal conseguindo falar.
Ao longe Justina avistou Messias caído no caminho.
Ela gritava por socorro. Os filhos vieram e desesperaram, chorando. Com custo carregaram o pai para casa e o colocaram sobre a cama. Nada de ele acordar.
─ Tá morto, meu Deus!
Um estranho logo apareceu na porta do quarto de Messias e Justina. Vestido com uma capa preta e um capuz que lhe cobria o rosto, foi entrando até à beira da cama. Não viu a respiração no peito de Messias. Olhou para todos os lados como a procurar por algo, mas não viu o que queria.
─ Diacho, morreu e a alma escafedeu!
Saiu furioso derrubando tudo pela frente. Justina e as crianças não entenderam o que tinha se assucedido.
Olharam para Messias e tomaram um susto ao vê-lo sentado na cama, como se nada houvesse acontecido. Messias abriu os braços para os filhos e a mulher o abraçarem. No meio de tantas lágrimas, ele, mais calmo, reuniu todos na sala e começou a contar como enganara a Morte se fingindo de morto.
A encomenda estava perdida por aí.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Sorte ou fé? Pé na estrada

Decisão tomada é hora de fazer as malas. O destino é variado. Ideias na cabeça, mas também livre de qualquer programação rígida. A única programação que coube foi aprender sobre café. Curso rápido de barista e conhecimento sobre a cultura do café.
Assim iniciei minha viagem para o Espírito Santo e Rio de Janeiro. A forma para viajar foi um processo difícil, pois a dificuldade se apresentou logo ao abrir a carteira bancária. Saldo mínimo. Mas como fazer para chegar ao destino?
Criatividade e humildade, claro!
Concentração no essencial para não deixar de curtir apesar de poucos recursos. O que tirar de momentos que apenas os olhos irão vivenciar?
Ao chegar em Vitória de avião por um preço módico tive a agradável surpresa de ser convidada pela amiga de meu irmão para hospedar-me na casa dela. Uma parte da viagem já estava sendo financiada. Teria que viver essa viagem dia após dia na expectativa de conseguir esticar o dinheiro até o fim dela.
Fui para casa da nova amiga com almoço e lanche feitos em casa para economizar. Beleza! Era isso que eu esperava. E nem precisei sugerir. Ela propôs, e eu: Ai meu Deus, o senhor trabalhando para tudo dar certo!
Foram dois dias. Curso intensivo e exclusivo. Podes crer. Grátis!
Achando que iria para Linhares para onde meu irmão mora, de ônibus, ou seja gasto com passagem, tive outra surpresa, a de que ele se encontrava em Vitória e iríamos juntos no carro dele.
Ah, você meu Deus, me ajudando mais ainda.
A viagem foi tranqüila embora chovesse bastante. Demoramos um pouco para chegar. O que foi muito propício. Eu e meu irmão há muito não nos víamos e fomos colocando o assunto em dia.
Para minha felicidade o local em que ele morava simplesmente era maravilhoso. Perfeito para uma alma atormentada com o barulho e a insanidade de viver em São Paulo. Uma fazenda com um rio bem à frente da casa dele. E o silêncio imperando. O único barulho era o cantar dos pássaros e o piar das corujas.
O cheiro do mato úmido e a simplicidade me deixaram extasiada. Enfim, o descanso para meus ouvidos.
Logo de manhã, ao acordar, fui explorar o local. Quanta coisa bonita! Fui fotografando como podia. A máquina não é lá essas coisas. Mas a inspiração estava ali diante de meus olhos. Dava na vista.
Flores, frutos, pássaros...
Caminhei muito. Meditei bastante sem interrupções. Até dancei à beira do rio ao som de uma seleção especial de  meu Ipod. 
Foram cinco dias de muito refazimento físico e espiritual. Mas era hora de seguir viagem. Rumo ao Rio de Janeiro. Agora tinha de meter a mão no bolso. Comprei a passagem de ônibus. Adoro viajar de ônibus. Dá para ir pensando na vida enquanto a paisagem desfila ao lado de sua janela.
Primeira coisa é essa. Reservar seu lugar na janela. Não ficamos incomodados de ficar olhando para a cara do outro ao seu lado. Podemos olhar para fora ou fingirmos que estamos dormindo sem que a pessoa perceba. Mas a minha companheira de viagem não me incomodou. Às vezes comentava algo como o desempenho do motorista na estrada. Ele meio apressado arriscava a ultrapassar o veículo à frente e volta e meia tinha que frear bruscamente e retornar para a traseira em que se encontrava. Isso nos causou sobressaltos a viagem inteira. Tentei listar algumas pendências em minha vida, como se havia deixado de pedir desculpas ou desculpado alguém por um erro. Check! Pensei nos meus filhos,  marido,  familiares e amigos sobre algum momento em que deixei de declarar meu amor. Check! Bom, então se é a minha hora, Deus sabe o que faz. Se ele achar que já estou pronta para eu partir daqui, tudo bem. Faça sua vontade! Mas não foi essa Sua vontade. Nem a minha, é verdade. Lembrei-me que ainda tenho umas coisinhas para ajustar em minha vida e ele não iria me liberar fácil dessa vez. A viagem demorou bastante por tanta chuva.
Eu fui pensando em como economizar minha estada no Rio. Qual estratégia iria adotar. Teria que me arranjar até à casa de meu tio aonde ficaria hospedada. Ele não poderia me buscar. Portanto, como eu faria para chegar até a Lagoa Rodrigo de Freitas? Estava com duas bagagens. Pesadinhas. Conversa vai, conversa vem com a companheira de viagem, ao perguntá-la sobre como ela iria para casa, pimba! Ia para a mesma direção que eu. Copacabana. Iria pegar um ônibus, integração, na própria rodoviária, ao ladinho do nosso ônibus e por três e setenta estaríamos com a passagem do metrô paga também. Descemos na Praça Onze e pegamos o metrô. Logo, logo eu estava na estação do Cantagalo e assim meu tio pôde buscar-me por ser próximo ao seu apartamento.
Aí, não falei? Economizei além do que eu imaginava. Obrigadinha, Deus.
Cá estou eu na casa dele, podendo usufruir da localização. Perto da praia, das principais avenidas de Copacabana, Ipanema e Leblon. Lanchinho na geladeira, almoço com o tio no Leblon.
E claro, a companhia dele que é a melhor coisa do mundo.
Ainda no Rio, meu marido também rumou para essa cidade maravilhosa à trabalho. Pode com isso? Três vezes fantástico.
Ainda preciso guardar o dinheiro para a volta. Mas eu chego lá. Na praia? Água, aguá, água. Oras, isso é o essencial para manter o corpo hidratado e o peso.
A gente se vê em São Paulo. Dura!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Mais um pouco sobre o café


Podemos diferenciar o café em dois tipos:
Arábica e conillon.
Características de cada um deles.

O arábica (coffea arabica) possui um sabor levemente avinagrado com pouca variação em sabor e aroma. Isso se deve pelo cruzamento realizado entre a mesma planta; a planta filha é igual a planta mãe.
Possui pouca variedade genética, visto que nossas lavouras de arábica são resultado da multiplicação da poucas plantas trazida pelo Palheta. São 06 plantas que ele trouxe como ornamental da África. A variação do sabor e aroma do arábica está mais relacionado à região e a forma de cultivo.
O sabor característico clássico é mais leve e está mais ligado ao aroma. Um aroma suave.

O conillon, conhecido lá fora também como o café robusta (coffea canephora) possui uma maior variabilidade por ocorrer obrigatoriamente  a frutificação com o cruzamento entre plantas sem parentesco. Ou seja, sem contraste genético. Resulta daí uma planta filha diferente dos pais. Portanto, encontramos mais variedade de aromas e sabores, como achocolatado, amadeirado, frutal, floral, nuances adocicadas. É uma bebida neutra, encorpada, responsável pela cremosidade e consistência da espuma do café expresso. Dificilmente encontramos café espresso 100% arábica na sua composição.

Como o conillon permite essa vairiedade de sabores cada vez mais o consumidor quer experimentar esse tipo de café.
Contanto que seja de qualidade. O amargor que o conillon empresta à bebida não é persistente. Se não vier do defeito, é claro.

Curiosidade:
O Espírito Santo é o segundo produtor de Conillon do Brasil. Minas Gerais o primeiro.
O Brasil é o primeiro produtor no mundo de Conillon.