O que você lê aqui

Ao ouvir outras pessoas sobre suas alegrias, angústias e dúvidas quis compartilhar minhas impressões sobre esses momentos que vivencio no desejo de ser útil.

Ao lê-las, comente-as. Deixe sua ideia, sua impressão.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Parição e Resguardo

Pode parecer esdrúxulo, mas algumas mães parem mais de uma vez os mesmos filhos. Acho que a maioria.
Tenho vivenciado a dor do parto várias vezes. E não adianta contá-las, mas com certeza posso enumerar algumas.
Nesse rol de partos não incluo a ida à escola. Isso foi tranquilo. Foi bom, mesmo, ver os filhos irem à escola pela primeira vez.
A primeira, quando meus filhos de fato nasceram. 
Mas as outras seguintes foram bem mais difíceis. Foram diferentes.
Enumerando... A segunda vez foi quando eu me separei e vim para São Paulo. O mais velho estava aqui comigo. Tinha 18 anos. O segundo e o terceiro filhos, de 16 e 15 anos, ficaram com o pai em Salvador. Me enchi de coragem e os deixei, contanto que viessem dentro de um ano morar comigo. A decisão não foi fácil. Foi circunstancial. Dolorida. Foi, inclusive, cercada de uma certa dose de heroísmo. Ouvi o chamado do canto da sereia e mergulhei nas águas da vida. E dá-lhe segura na mão de Deus. Rezei muito à Ele para que me ensinasse a viver nessa nova condição. À propósito, deixe-me esclarecer algo antes que me julguem sentimental demais. Na verdade, eu sou uma pessoa dada à vivenciar ritos de passagens. E como sou muito sensível a mudanças de ciclos de vida, preciso dos ritos para me aperceber delas.  É que eu costumo mergulhar fundo para tentar conhecer o invisível. E olha que é difícil eu me contentar com o raso! Tudo isso requer coragem extra e força de Sansão.
E assim foi. Um dia após o outro. Por um ano eu os esperei e me preparei para recebê-los em minha vida novamente. 
Eles chegaram, enfim. Por dois anos estivemos juntos e de novo, a terceira vez, eles partiram. Os três. E mais uma vez por razões circunstanciais. Foram morar num apartamento perto de mim e eu fui morar numa quitinete. Eu sozinha. Minha vida estava se transformando novamente. Recorri, de novo, ao segure na mão de Deus. Valha-me Deus!!
Nada acontece em minha vida sem que se desarrume a minha casa. Sempre é assim. As coisas da vida são assim.
Foi dolorido demais e envolveu muita mudança, muita aceitação.
E assim, la nave va. Foi. Naveguei por mares agitados por um ano até me casar novamente. 
A transformação continuou dentro de mim. Ondas altas, calmaria. De repente, mas previsível - essa, a terceira vez - o segundo foi embora morar com o pai em Brasília para estudar. Mais uma separação. Mais um parto. Nessas horas costumo ficar muito chorosa. Muito sensível na tentativa de preencher os vazios que eram ocupados pela preocupação com os filhos e que tantas vezes verbalizamos que não os aguentamos mais. Reclamamos do trabalho que nos dão e como seria bom eles terem suas vidas independentes. Mas coração de mãe finge que é altruísta e valente. Que nada! Se não fossem as mães neste mundo com certeza não seria um mundo com emoção. Seria seco por falta de lágrimas e desprovido de uma certa beleza. Ou seja, sem graça.
Bem, agora outro parto. O mais velho foi morar só, aqui mesmo em São Paulo (pelo menos está mais perto) e o terceiro filho está indo morar, também, em Brasília. Este está comigo há uma semana, hospedado em nossa casa antes de ir. É bom ressaltar que meu marido está sendo solidário e compreensivo neste meu momento de resguardo e parição. Parição e resguardo.
O terceiro está sendo parido. E paparicado, também. Entro no quarto em que está dormindo, sinto o seu cheiro no ar. Lavo suas roupas. Ajeito sua cama. Tudo o que fazemos quando preparamos o ambiente para a chegada do novo rebento.
Mas agora quem vai receber este rebento é o mundo. E eu estou preparando o meu coração para entregar ao mundo o meu filho. Assim tem sido esses dois últimos anos. 
E o que tem feito eu? Descoberto novos mares nunca dantes navegados.
Descoberto meu lado artístico, meu lado mulher, meu lado amiga e minha alma.
Estou voltando pra casa. Em busca da minha mãe. A mãe que fui e a mãe que sou.
Redescobri a minha própria mãe. Agora irmã.
Saber que todas nós, mulheres e mães, passamos por esse processo, algumas mais intensamente, outras quase imperceptivelmente, nos tornam mais próximas e mais cúmplices.
Mas meus filhos, sei também, são meus irmãos nesta jornada. Companheiros que me ensinam a caminhar. A não ficar parada no meio do caminho sendo uma coisa só. A eles devo os mares revoltos que me levaram a terras desconhecidas. Ao encontro comigo mesma.
Portanto, obrigada, meus filhos, por terem estado comigo. Sei que continuarão, aonde estiverem.

domingo, 24 de outubro de 2010

Passagem só de ida

Já não aguentava mais a pressão da rotina da casa.
Me encontrava presa, encarcerada pelos modos e costumes daquela velha família. A família cheirava a mofo quadro de natureza morta que o senhor da casa pendurou na parede como melhor expressão de arte que retratava a alma daquela gente.
Essa família de aspecto bolorento e estático não se renovava. Entravam novos membros e todos apodreciam junto aos antigos.
Eu estava lá há vinte anos trabalhando para ela como cozinheira. Meus companheiros, velhas panelas e tachos encardidos e, por amante o fogão carcomido pela ferrugem.
Os hábitos dessa família chegavam ao meu domínio me transmitindo a apatia e desilusão.
O senhor, a senhora, filhos, genros, noras e netos. Um amontoado de sobreviventes do tempo que fugia pelas frestas da janela na saída dos ventos.
Eu sentava no final do dia, a debulhar as favas de feijão nos degraus da porta da cozinha. E a única paisagem que minha vista alcançava  era um pequenino ponto azul no céu entre as copas das árvores do quintal.
Meu sonho ia se perdendo em cada grão de feijão que eu separava.
Um dia eu iria embora dessa casa rumo a um novo destino.
Esse dia estava perto. Eu podia sentir um traço de esperança em meus pensamentos.
Um fato veio impulsionar para que isso acontecesse.
Pela manhã ouvi a campainha da porta. Era o carteiro com um telegrama endereçado a mim.
Para mim? Quem me escrevia? Por que eu? Quem sabia da minha existência?
Abri nervosamente o envelope. Mal consegui ler o que estava escrito.
Embora, sem muito estudo, podia ler. Pouco, é verdade.
Pausadamente fui lendo e custando a acreditar no que estava escrito.
Foi difícil realizar meus serviços na cozinha. Meu coração palpitava. E a todo instante suspirava.

Celina,
Hoje você tem um encontro marcado comigo. Saia de casa às quinze horas. Pegue o ônibus na Praça da Sé rumo à Vila Nova Consciência e desça na parada Paraíso. Estarei lá te esperando. Sua vida vai mudar.

A mensagem não estava assinada. Me preparei para tomar o caminho sugerido. Não pensei mais sobre aquela casa. Juntei meus poucos pertences em uma trouxa e me pus a caminho para a Praça da Sé.
Lá peguei o ônibus indicado no telegrama. A medida que me dirigia para o destino meu coração acelerava.
Cheguei à parada Paraíso conforme combinado. Desci. As pernas bambas mal conseguiam me sustentar em pé.
Fiquei procurando pela pessoa que disse estar me esperando. Não vi ninguém. Ninguém que me procurasse.
Sentei-me na parada e esperei. Enquanto esperava fui pensando nos vinte anos que havia estado naquela casa. As crianças que vi crescerem, se casarem e terem filhos.
Cheguei àquela casa ainda menina. Raquítica e assustada. E cá estava eu assustada e ainda raquítica. Me dei conta que não tinha para onde ir.
As pessoas passavam por mim e olhavam-me como se enxergassem um fantasma. E eu devia ser mesmo. Apenas o espectro de um ser humano em busca de si mesmo.
Após longo período de espera, desanimada e desamparada pensei que devia voltar.
Mas era tarde. Não passava mais aquele ônibus. Ele não fazia a mesma linha de volta. Era uma viagem só de ida. 
Me deixei ficar. Havia de surgir uma saída. Um outro caminho.
Mas quem me chamou? Não sei.
Mas estou livre daquela casa. Pra lá não volto.

Senhora do tempo

A senhora andava arrastando os chinelos pela casa. Andava a providenciar o almoço para a família. Andava de um lado a outro ajeitando as coisas no lugar.
Não sabia, talvez, por onde começar.
Ora arrumava um enfeite sobre a mesa, ora colocava os gatos para fora da sala. Ora lavava alguns poucos copos, ora guardava a louça.
Num momento gritava para falar com alguém da família. Não precisava gritar. Mas sua voz alcançava a vizinhança.
Quem sabe a solidão a visitou mais cedo e ela não entendeu que não precisava gritar para ser ouvida? Mas ela gritava ao invés de falar. Não chegava a pronunciar as palavras ordenadamente na pressa de ser ouvida. O tempo era seu inimigo. 
Panelas, louças, família. 
Gatos, almofadas, vassoura, casa.
Tudo desordenadamente. Tudo atabalhoadamente. 
Seu corpo pesado se arrastava até o quintal. E lá ela ajeitava uma plantinha ali e outra acolá.
Cortou com um corte certeiro as folhas da taioba para refogar no almoço.
O feijão já estava cozinhando na panela de pressão. O chiado da válvula podia ser ouvido em meio à voz alta da senhora. Quem gritava mais? Um para não ser queimado no cozimento e outro para não ser esquecido.
Cebolas picadas, arroz lavado. Família faminta.
E a mesa foi sendo rodeada pelos entes vivos da família.
Cada um sabia seu lugar. Ninguém brigava por eles.
A senhora terminou o almoço de forma abrupta e instantaneamente jogou na cadeira o seu corpo frente à mesa e pô-se a servir a todos.
Nada lembrava a uma família feliz. Os sobreviventes se alimentavam. Se nutriam.
Seus corpos habitados por desejos e frustrações não se saciavam nunca.
A senhora ali a gritar, outros a ouvirem sem reclamar.
O tempo escoava o resto de esperança. 
Almoço posto. Almoço findado.
Cada um para seu lado.
A senhora de volta à pia para ter em sua companhia as louças e panelas.
Suas pernas pesadas, suspiros profundos. Rotina instalada.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Poema aliterado

Professor pede poema apressado.
Exposto e suposto.
De improviso.
Perco-me, procuro e penso.
Preciso tempo para compor o poema.
Poema prescrito, professor, pode perder-se no tempo.
Prefiro procrastinar a persistir no pedido.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Fugindo um pouco do usual

Palavras são alimento da alma. Que tal trocarmos algumas ao sabor de deliciosos bolinhos.
Pode ser num papo com amigos, com a família ou simplesmente conversando consigo mesmo.
Deixe sua imaginação voar. Introduza novos sabores às receitas. Compartilhe conosco!
Vejam o vídeo publicado pela Camilla sobre a receita na Caneca.
http://ce-dabliu-ve.blogspot.com/2010/10/bolo-de-caneca.html
RECEITAS NA CANECA
A brincadeira é que vc bate os ingredientes na própria caneca com um garfo e põe no microondas por 3 minutos. A massa crua é mais mole que a de um bolo normal mas é assim mesmo.
Não aumente a farinha ou terá um bolo duro.

Dicas
- A caneca deve ter capacidade de 300ml.
- A medida de colher é sempre rasa.
- Você pode servir este bolo com coberturas, caldas, castanhas e sorvete. E pode comer quente.

 BOLO DE CANECA
Você prepara na própria caneca que irá consumir e em apenas 3 minutos no microondas.
Ingredientes:
- 1 ovo pequeno
- 4 colheres (sopa) de leite
- 3 colheres (sopa) de óleo
- 2 colheres (sopa) rasas de chocolate em pó
- 4 colheres (sopa) rasas de açúcar
- 4 colheres (sopa) rasas de farinha de trigo
- 1 colher (café) rasa de fermento em pó
Modo de Preparo:
- Coloque o ovo na caneca e bata bem com um garfo.
- Acrescente o óleo, o açúcar, o leite, o chocolate e bata mais.
- Acrescente a farinha e o fermento e mexa delicadamente até incorpar.
- Leve por 3 minutos no microondas na potência máxima.

 BOLO DE CHOCOLATE NA CANECA
(Rende 2 porções)
2 canecas com capacidade de 150 ml
1 gema
6 colheres (sopa) de leite condensado
1 colher (sopa) de manteiga
1 colher (sopa) de leite
2 colheres (sopa) de chocolate em pó

5 colheres (sopa) de farinha de trigo peneirada
1 colher (café) de fermento químico
1 clara batida em neve
Cobertura
Leite condensado misturado com chocolate em pó a gosto
Em uma tigela ponha a gema, o leite condensado, a manteiga, o leite e o chocolate em pó. Bata com batedor de arame vigorosamente por três minutos. Acrescente a farinha de trigo e o fermento, e misture bem. Junte a clara em neve e incorpore à mistura, mexendo com delicadeza.
Distribua nas canecas e asse por 25 minutos, a 180 graus em forno preaquecido. Se preferir, asse-o em forno microondas. Nesse caso, apenas 3 minutos em potência máxima bastam. Retire do forno e, enquanto ainda estiver quente, faça alguns furos com um palito e despeje o leite condensado misturado com o chocolate. Decore como quiser.

 BOLO DE LARANJA NA CANECA
(Rende 1 porção)
1 ovo
3 colheres (sopa) de óleo
4 colheres (sopa) rasas de açúcar
4 colheres (sopa) de suco de laranja
4 colheres (sopa) rasas de farinha de trigo
1 colher (café) de fermento químico
Cobertura
2 colheres (sopa) açúcar de confeiteiro
3 colheres (chá) de suco de laranja
Coloque o ovo na caneca e bata com o garfo. Adicione o óleo, o açúcar e o suco de laranja e misture. Agregue a farinha, o fermento e misture até uniformizar. Leve por três minutos ao microondas em potência máxima.
Cobertura
Junte tudo e cubra o bolo.
Dica: Vale trocar o suco de laranja pelo de limão. Mas, para essa substituição, em vez de 4 colheres (sopa) do sumo da laranja, use 2 colheres (sopa) do limão, pois o sabor é mais acentuado.

BOLO DE LEITE DE COCO NA CANECA
(Rende 1 porção)
1 ovo
2 colheres (sopa) de leite de coco
2 colheres (sopa) de leite
3 colheres (sopa) de óleo
4 colheres (sopa) rasas de açúcar
5 colheres (sopa) rasas de farinha de trigo
1 colher (sopa) rasa de coco ralado
1 colher (café) de fermento químico
Cobertura
2 colheres (sopa) de açúcar de confeiteiro
3 colheres (chá) de leite de coco
Coco ralado
Despeje o ovo inteiro na caneca e bata. Em seguida, junte o óleo, o açúcar, o leite de coco e misture bem. Acrescente a farinha, o fermento e mexa até a massa ficar uniforme. Leve por três minutos ao microondas na potência máxima. Cubra o bolo e polvilhe coco ralado.
Dica: Depois de preparar a massa, passe manteiga e polvilhe farinha em outra caneca e despeje a massa. Assim, o doce não gruda e não quebra ao desenformar.

BOLO DE FUBÁ COM GOIABADA NA CANECA

(Rende 1 porção)
1 ovo
3 colheres (sopa) de óleo
4 colheres (sopa) rasas de açúcar
4 colheres (sopa) de leite
2 colheres (sopa) rasas de fubá
4 colheres (sopa) rasas de farinha de trigo
1 colher (café) de fermento em pó
Cobertura
2 colheres (sopa) de goiabada
1 colher (sopa) de água
Derrame o ovo na caneca e bata com o garfo. Acrescente o óleo, o açúcar, o leite e o fubá e misture. Coloque a farinha de trigo e o fermento e mexa até dar o ponto. Leve por três minutos no microondas em potência máxima.
Cobertura
Pique a goiabada, junte a água e ponha no microondas por um minuto. Espalhe sobre o bolo.
Dica: Em vez de goiabada, cubra o doce com geléias de sabores diferentes.

 BOLO DE CENOURA DE CANECA
ingredientes
1 cenoura pequena
1 ovo
3 colheres de sopa de oleo de milho
1 pitada de sal
3 colheres de açucar.
4 colheres de sopa rasa de trigo..
cobertura
1 colher de nescau
1/2 colher de manteiga
1 colher de açucar
1 colher de leite
modo de preparo
Raspe a cenoura e corte em pedaços pequenos, coloque no processador, junto com o oleo e o ovo.. bate até a cenoura ficar bem triturada..
Coloque na caneca, o trigo, o açucar e o fermento , junte a cenoura batida e misture bem.. Meu microondas é antigo.. acho que mais forte.. 2 minutos foi o tempo exato..
Cobertura
Misture tudo numa xicara de chá e leve ao microondas por 40 seg. retire ..bata bem deixe esfriar e cobra o bolo..

 CANECA DE PÃO DE QUEIJO
1 ovo pequeno
4 colheres (sopa) de leite
3 colheres (sopa) de oléo
1 pitada de sal
4 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado
4  colheres (sopa) de polvilho azedo
1 colher (café) de fermento em pó
margarina para untar
Modo de preparo:
Bata todos os ingredientes no liquidificador, e unte a caneca com margarina, coloque esta mistura até a metade da altura da caneca e leve no microondas por 3 minutos em potência media retire e polvilhe o queijo parmesão para decorar.
Rendimento: 2 canecas

 CANECA DE BOLO SALGADO:
1 ovo pequeno
4 colheres (sopa) de leite
3 colheres (sopa) óleo
4 colheres (sopa) de farinha de trigo
1 colher (café) de fermento em pó
1 pitada de sal
1 fatia de queijo mussarela
1 fatia de peito de peru
½ tomate picado sem semente
orégano e queijo parmesão para decorar
Modo de preparo:
Misture todos os ingredientes menos a decoração numa caneca de 300 ml, misture bem e leve no microondas em potência alta por 3 minutos e decore com orégano e queijo parmesão e folhas de salsinha.
Rendimento: 1 caneca

 CANECA DE PUDIM DE LEITE CONDENSADO
1 lata de leite condensado
1 e ½ lata de leite
3 ovos
gotas de baunilha para perfumar
Calda:
6 colheres (de sopa) de açúcar
6 colheres(de sopa) de água
Modo de preparo:
Em um recipiente misture os ingredientes do pudim (pode ser manual ou no liquidificador) misture bem os ingredientes e reserve.
Para calda coloque o açúcar e água, leve ao microondas por 3 minutos em potência alta, coloque a calda na caneca e coloque a mistura na metade da caneca, faça isso em 4 canecas, leve uma de cada vez ao microondas por 3 minutos em potência alta.
Decore com um pouco de calda.
Rendimento: 4 canecas

 CANECA DE PETIT GATEAU
¾ lata de leite condensado
¾ caixa de creme de leite
3 ovos pequenos
½ lata de chocolate em pó
2 colheres (sopa) de farinha de trigo
1 colher (café) bem rasa de fermento em pó
margarina para untar
Ganache:
100 g de chocolate ao leite
70 ml de creme de leite
1 saco de confeitar descartável
Decoração:
4 bolas de sorvete
folhas de hortelã e calda de chocolate
Modo de preparo:
Bata  todos os ingredientes em um liquidificador, coloque a mistura ate a metade da altura da caneca, já untada com margarina, e com o saco de confeitar coloque no meio da massa crua um pouco do ganache, leve ao microondas por 3 minutos, sirva com uma bola de sorvete de creme e folhas de hortelã.
Rendimento: 4 canecas

Tempo de pensar. Tempo de ser

Estive em Brasília para comemorar o aniversário de minha mãe e ver meu filho Gabriel. Fui com Ari com o propósito, também, de descansar e poder estar mais com amigos e família.
Ao chegar a sensação foi estranha. A cabeça não encontrava sossego no travesseiro. O turbilhão de São Paulo me acompanhava. A inquietude dos dias agitados dominava meus pensamentos.
Tentei me acalmar e esperar pela tão sonhada paz e harmonia sem perder a esperança de encontrar ainda em Brasília.
Foram 7 dias programados. Nos dois primeiros cuidamos de organizar a festa de minha mãe. Muitas compras e planejamento.
Minha mãe também aceitou a tarefa de costurar algumas roupas para mim. O que se somou às outras tarefas.
Não pensei que fossem tantas tarefas para tão poucos dias. 
Meu filho Gabriel ficou conosco no primeiro dia e nos dois últimos. Mãe não aguenta ficar longe de sua cria por muito tempo.
Com ele pude voltar à época de quando ele era apenas uma criança entrando na puberdade e costumávamos jogar alguns jogos de tabuleiro. Esse momento foi mágico. O relógio parou dando-nos a oportunidade desse reencontro que só quem se deu a chance de vivenciar bons momentos podem revivê-los.
Nada mais importava. Nem as atribulações existiam mais. A agitação cessou. O coração harmonizou.
A reunião com a família, mãe, irmãos, sobrinhos, cunhados, marido e filho deu-me a certeza que temos como uma teia bem tecida e forte laços que nos mantem seguros e completos.
Nos dias de hoje onde imperam a solidão e o individualismo encontrar conforto entre amigos e familiares é uma bênção.

sábado, 9 de outubro de 2010

Só um bocadin, sô!

Hoje conversava com colegas sobre os mineiros e sua relação com a comida.
Sempre soube da sua supremacia gastronômica  - desculpe a presunção, mas isso é unânime no Brasil.   Muito farta e saborosa, sabor acentuado e muito alho. É verdade que é considerada uma culinária engordativa. Cuidado as pessoas com tendência a engordar! Ela é assim mesmo. Simples, diferente e opulenta. Gerada no calor das conversas e muita paciência.
Na mesa, os pratos mineiros nos aguçam os sentidos fazendo esquecermo-nos de todas as orientações nutricionais  sobre alimentação saudável, livre de colesterol.
Uai, mas quem já não caiu de boca diante de uma mesa farta com linguiça de porco temperada com pimenta, torresmo crocante, tutu de feijão e um  pernil de porco bem macio? Eita trem difícil de resistir! 
Mas, deixemos de lado esse trololó e vamos ao que me fez escrever aqui sobre a culinária mineira.
Há muito quero compartilhar a minha cozinha com os amigos. Como não é possível receber todos em minha casa (desculpe-me, ela não é tão grande), assim vou repassar uma receita de prato mineiro que preparo com frequência.
Imaginem todos vocês sentados em uma grande mesa na minha cozinha sendo enfeitiçados pelo aroma que foge das panelas e que vai despertando o olfato e o paladar enrijecidos pelo fast food. 
Numa conversa animada vamos temperando nossas vidas pondo um poquin de humor aqui e ali.
Aqueço o cadin do coração e o tempero com carinho e amor.
Acrescento fé, trabalho e esperança. Se faltar esperança a receita desanda. Vocês podem e devem ajudar. Comida feita de forma colaborativa tem sabor variado e original.
Deixe cozinhar no vapor da solidariedade. Quando estiver quase pronta sirva no prato da generosidade. Aí está o prato principal.
De sobremesa ofereço o doce da minha amizade.
Bom apetite a todos!

Sonhos não são para os que dormem. São para os que caminham acordados

Para uma pessoa querida.
A primeira coisa que faço pela manhã é abrir a porta de meu apartamento e pegar o jornal para ler as últimas notícias.
Nesse sábado de primavera de 2020, minha atenção se volta para a sessão de programação cultural.
Eis uma grande surpresa: vejo estampado o nome de uma velha conhecida. Sou transportada para dez anos atrás em uma sala de aula.
Estamos conversamos sobre nossos sonhos. Shellah abre seu coração para mim. Me impregna de sua energia e projeta sua vida como uma película de filme digna de ser assistida.
Fala-me sobre sua formação familiar que influenciou sua vida profissional e pessoal. O pai foi figura marcante em sua vida. Representou o contato com o novo. Ela se embriaga com sua lembrança e se alimenta de sua influência. Sua mãe, um porto seguro, surge na lembrança como símbolo do "mesmo", da rotina que se interpõe entre os que desejam voar. A mãe lhe deu o nome, o pai lhe deu os sonhos.
Um sonho ela realizou. Ter uma filha e oferecer um mundo de possibilidades para ela. Ela precisou se reinventar. E assim trilhou seu próprio caminho. O caminho idealizado para romper com o "velho". Caminho percorrido com coerência e criatividade. Na maternidade foi ser filha de outras mulheres. Foi dar aulas de respiração para senhoras de oitenta anos. Se fez estando com outras à sua semelhança.
Confessa-me que neste momento ela deseja ir mais além. Parece que foi ontem que eu a ouvi desenrolar o novelo de sua vida para mim.
Saio da sala de minhas memórias e fixo novamente minha atenção no nome de Shellah.
Sua foto está lá. Ela radiante e ladeada por uma moça vistosa ao seu lado. Mãe e filha. Na coluna abaixo de sua foto, divulgação de sua exposição no Mube. Mais uma instalação de sua autoria integrando as letras e as artes plásticas.
Shellah atendeu ao chamado das ninfas e realizou seus sonhos. Sonhos concretos e etéreos. Mas com certeza, realizados.

Pedacinho de verde no coração de uma mãe

A jovem senhora descia as escadas no metrô da Sé com um pequeno cobertor verde em um braço e no outro uma sacola.
Seu rosto estava vermelho e parecia chorar. Descia com um olhar perdido. Se agarrava ao cobertozinho verde como alguem que se prende a uma réstia de esperança tecida num grande cobertor. Fiquei a observar-lhe.
Um passo apressado, mãos trêmulas, olhar de quem busca por algo e alma desesperada.
Vinha em minha direção e a de dois vigilantes. Começou a chorar. Falava mansamente, se controlando.
A esperança ainda não a havia deixado. Apertava contra o peito o cobertorzinho verde mais ainda.
Enquanto tentava articular as palavras, pausadamente, seu olhar se perdia no espaço.
Não me contive. Me aproximei para ouvi-la melhor. Por minha cabeça passou outras histórias que muitas vezes escutamos por aí. Sequestros, filho que se perde da mãe, pai ou desconhecido que leva o filho para longe... Sabe-se lá quantas outras coisas ruins podem acontecer com uma criança! 
Meu coração se enterneceu ao vê-la chorar. Chorei com ela e entendi que era uma mãe aflita por seu filho e por si mesma.
"Vocês viram um homem com casaco cinza, uma criança no colo, com roupinha azul?"
Eu havia visto logo que desci do metrô no andar de cima. E mesmo que não tivesse visto diria que eu o vi. Não seria errado alimentar sua esperança. Não pensei duas vezes para lhe responder.
Às vezes deixamos de ajudar esperando que alguém tome a frente e resolva o problema. Outras vezes porque nos intimidamos. Oras, bolas!! Ou  porque, de fato, somos egoístas mesmo. 
"Vi sim. Ele estava em frente à plataforma do metrô vindo de Santa Cecília." 
Os vigilantes sugeriram ela ir anunciar no alto falante. O que ela disse que já havia feito, mas em vão. Explicou que não conseguiu descer do metrô à tempo. Seguiu com ele. O marido desceu e assim eles se perderam um do outro. Voltou em busca do que havia perdido.
Em pouco tempo a procurar ela se perdeu de si mesma. Era medo e aflição.
Ela se agarrava ao cobertozinho verde, como alguém que se agarra à esperança. Subiu as escadas deixando-se ser guiada pelo vigilante.
Eu não pude ver o reencontro com seu marido e filho. Não pude assistir ao fim de sua agonia.
Terminei por seguir meu caminho pensando naquele pedacinho verde de esperança a que ela se agarrava.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Uma nova cozinheira na família

Seus novos utensílios
Minha sobrinha Carolina está vivendo um momento único em sua vida. Carol é muito madura para sua idade, mas não deixa de vivenciar as experiências próprias dela. Ela agora está cursando a McGill Uiversity no Canadá longe da família.
Ela tem um dom para as artes, embora esteja ainda indecisa quanto ao que de fato irá seguir em seus estudos.
Apesar da distância sempre mantemos contato nem que seja por email e foi dessa forma que ela recentemente compartilhou comigo mais uma experiência.
Como disse, Carol tem alguns talentos, mas cozinhar não faz parte deles. Já sua mãe, Rebecca, é uma cozinheira espetacular. Eles tem vivido fora do Brasil há muito tempo cumprindo obrigações diplomáticas. Sendo assim, o caderno de receita da família foi só crescendo. Mas Carol ficou alheia a isso. Coisas da nova geração.
No entanto, ao se ver morando sozinha em um campus universitário precisou de repente se tornar apta para tal mister.
Rebecca tentou-lhe passar algumas noções, mas conforme notícias, não tão bem sucedida a tentativa de cozinhar.
Como ia dizendo, foi por meio de uma postagem nesse blog que tive a seguinte notícia de minha sobrinha: Ela se aventurou na cozinha com a receita de minha vó, sua bisavó, Aracy.
Olha só, vó! Quando você iria imaginar que sua bisneta iria aprender a cozinhar assim?
Ela me contou que, talvez, seu bife acebolado tenha sido o seu melhor jantar até hoje.
Viva o blog! Viva as boas lembranças!
Estas teimam em ser repassadas por gerações e assim, damos continuidade a algumas tradições familiares.
Parabéns, minha sobrinha. 

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Boas histórias devem ser contadas



Histórias de encontros podem ter um toque de fantasia. Mas com certeza não por serem contadas por quem as viveu, sim porque elas na realidade são envoltas no que há de melhor no ser humano. Os bons encontros despertam em nós o que temos de mais saudável. Eles são carregados de expectativas e perspectivas positivas.
E ademais, nunca encontramos alguém, em quem estamos interessados, e prevemos coisas desagradáveis. Acreditamos que esse pode ser enfim, nosso par ideal. Assim, aconteceu comigo em doze de janeiro.
Andava meio triste por não ter ainda encontrado alguém para dividir as horas, os minutos de minha vida. Já estava cansada de fatos e casos fortuitos. De tantos encontros e desencontros. Amor de verdade não é como comprar um saco de pipoca. Você come e depois se quiser pode comprar mais. Não, não é assim. É trabalhoso. Requer paciência e muita disponibilidade.

Mas depois de um tempo você descobre que precisa mais do que disponibilidade para encontrar alguém que valha a pena compartilhar sua vida.
Precisa-se de três coisas: convergência de interesses, empatia e que seja a pessoa certa para você, ou seja, atenda aos seus principais pré-requisitos.
E com esse estado de espírito fui para a festa de aniversário de uma amiga num bar. Eu havia organizado essa comemoração enviando convites para alguns poucos amigos dela.
Cheguei antes de todos ao local. Os outros foram chegando aos poucos. E nada da aniversariante. De repente chega Nivaldo acompanhado de Ari, seu amigo de muitos anos. Levantei-me para recebê-los e de forma inusitada abracei Ari como se tivesse o reencontrando depois de muito tempo.
Todos nos sentamos e logo em seguida chegou a aniversariante, Valéria, toda, toda. Batom vermelho, blusa vermelha, esbaforida como sempre.
Conversamos sobre o que cada um fazia, onde morava e o que gostava de fazer. Eu me encontrava nesse momento entretida em uma conversa paralela com uma outra amiga, Kika, e já não prestava atenção nas outras conversas.
Papo vai, papo vem, Ari contou para Valéria que pela manhã havia ido a uma loja de móveis para comprar um sofá. Apenas não havia decidido por qual tecido iria optar. À conselho da vendedora, queria levar uma mulher, ou namorada, ou qualquer uma de sexo feminino para ajudá-lo na escolha. Minha amiga não se conteve: Leve Roberta! Isso, mesmo. Ela tem jeito para a coisa. Pronto, a culpido querendo resolver o problema amoroso de uns e o problema de gosto de outros. Sempre muito prestativa ela, claro.
Nesse momento entrei na conversa. Ir aonde? Com quem? Fazer o quê?
Me colocaram à par do decidido e combinado. Na manhã seguinte acompanharia Ari até à loja de móveis.
Ao final da noite, já de madrugada, Ari nos deixou em casa uma a uma. Muito gentil da parte dele.
Amanheceu. Acordei me lembrando do compromisso, e como não deixo nada pendente, liguei para Ari para marcarmos o horário de irmos juntos. Uma hora depois ele já estava em minha porta.
E assim fomos os dois de mãos dadas. Ajudei-o a escolher o melhor tecido para o sofá. Agora era hora de olharmos um para o outro de forma diferente. Estávamos assim, como namorados. Ele propôs pegarmos a estrada e passearmos sem destino. Foi uma tarde maravilhosa como são todas ao lado de quem você está enamorada. A paisagem era belíssima! O dia parecia cúmplice desse encontro.
E assim permanecemos de mãos dadas por todo o tempo.
Desde então não nos separamos. Um ano e três meses depois nos casamos e estamos sendo felizes. Assim, simplesmente. Com o melhor que temos para oferecer um ao outro. Numa proposta de sermos reais e não personagens fictícios de uma história de amor. Qualidades, defeitos, respeito e habilidade para amar o outro.
A estrada que escolhemos viajar é longa, sobretudo quando optamos por uma vida à dois.