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sexta-feira, 25 de abril de 2008

Minha vida meu quintal

Quando eu era pequena, costumava ficar calada em meu canto.

Subia na mangueira que tinha ao lado da casa no quintal.

O quintal parecia muito grande para mim. Um universo a ser descoberto.

Mas, pequeno era meu tamanho.

Eu adorava sentar no degrau da cozinha e olhar até o fundo do quintal.

Via a mexeriqueira, o limoeiro, a goiabeira e até a casinha do nosso cachorro.

Tudo era tão grande que meu coração ficava bem pequenininho.

Fui crescendo e tomando conta daquele espaço. Já não era mais a mesma.

E nem o quintal era igual.

Já não tínhamos as árvores frutíferas. Estávamos preparando o lugar da piscina.

Até que um dia esta piscina tomou conta do quintal. E também da minha vida.

Fomos dessa casa.

Ela ruiu em meus sonhos.

Vasculhei o que havia deixado pra trás, mas os sonhos sempre insistem em mostrar o que insistimos em não ver.

Vi uma casa desarrumada.

Solidão, porém muita vida.

Agarrei-me ao que lembrava da infância vivida e aprendida.

De sangue e de alma eu vivo intensamente os meus momentos.

A história da casa é o começo do que sou hoje.

Ela é feita de barro.

Eu a semelhança de Deus.

Eu uma chama viva.

Ela paredes vazias.

Eu esperança e alegria.

Ela estática envelhecida.

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