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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O céu do meu azul

09h00 - 09/02/11 - O céu do meu espaço
Ao acordar, meu corpo e mente ainda preguiçosos, não por costume, mas por uma noite mal dormida, de sonhos confusos e incertezas vindouras, pus-me languidamente na rede da varanda de meu apartamento, e me moldando a ela deixei-me ficar.
Embora o dia anterior tivesse sido de muito movimento, projetos alavancados, novos contatos realizados, histórias alheias contadas, de olhos fechados não pensei em nada. Nem rememorei sonhos e fatos passados. Apenas deixei-me embalar.
E à medida que meu corpo se recolhia e era acolhido pela rede, sentia-me um sabugo de milho, verde, envolto pela palha.
Mas meus olhos se abriram e, de repente, depararam com o céu de um azul profundo, que atingiu minha memória visual e fez conexões remotas lá da infância.
Me vi sentada em minha carteira escolar, sobre ela uma folha em branco esperando receber as cores dos meus sonhos e, diante de mim, a maior e a mais completa caixa de lápis de cor. Era um orgulho a aquisição de tal tesouro escolar.
Mas minhas mãos, ainda pequenas, sempre escolhiam as mesmas cores, azul profundo, que eu chamava de azul-celeste forte, e o vermelho bonina, que servia para fazer as flores e a fita do cabelo da menina.
Portanto, não poderia desenhar outra coisa que não fosse o céu. E o lápis ia, ora deslizando suavemente, ora bruscamente, querendo preencher todo o espaço superior da folha com esse céu que só eu via em mim. Ele era só meu e assim eu o entendia e determinava a sua cor.
Agora, essas duas emoções diante de mim, estar sob o céu de azul forte e envolta pelas minhas lembranças infantis que foram, simplesmente, despertadas por uma cor.
Resolvo ficar por mais um tempo aqui, na rede da minha imaginação, mergulhando no céu do meu lápis de cor.


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