Foto: Ari Buccioni |
Os objetos já estão escassos nas prateleiras.
Cada espaço conta uma história que já não é vivida pelo seu dono.
Não existem testemunhas desse vazio. Vazio que aconteceu após tantos anos de convivência e de insistência.
As paredes estão impregnadas de emoção e de suores trabalhados.
Houve um tempo em que o burburinho dos entrantes era a vida que pulsava. Nessa relação de intercâmbios o tempo ia se esvaziando.
E assim foi ficando displicente como o tempo é para os homens. As rugas não só estavam em seu rosto, mas nas tintas desbotadas, madeira lascada, papeis amarfanhados e pó pelos cantos.
Não foi em um único momento que tudo esvaziou-se. O tudo foi se perdendo no meio das partes e os dias se tornaram anos.
O trabalho não foi em vão. Em vão foram as ilusões que tudo se resistiria ao tempo.
As coisas se mostraram simplesmente coisas. Seres inanimados mas carregados de tensão.
Hoje ele está lá, sentado olhando para a rua, esperando o tempo passar e entrar.
Quem sabe tudo ele levará?
ARASOU,amiga!beijokas
ResponderExcluirShellah
Uauuuu...mudando o estilo, achei maduro, um formato elegante...muito bom o texto!!!
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