- Ei, você aí! Acorda!
- Humm... Quem me chama?
- Vai, acorda. Abra um olho de cada vez. Isso. Agora o outro. Não tão depressa. Assim, mesmo.
Pode espreguiçar. Mas devagar para não travar.
- Como assim? Sou velha por acaso para travar?
- Não é nada disso. Quero garantir que você estará bem para uma rapidinha.
- Já amanheceu?
- Não. Ainda é meia noite.
- Puxa, mas não pode deixar pra amanhã? Estou com sono e não vou conseguir render em nada assim.
- É só uma rapidinha. Faça um esforço.
- Espere. Deixe-me pegar meus óculos. Espere aí. Quem é que está falando comigo? Quem é você?
- Vamos a uma charada: O que é o que é? Nasce grande e morre pequeno?
- Então não vou nem arriscar depois dessa. Não quero me frustrar.
- Deixe de ser boba. Você me pega todo dia, me usa, se aproveita de mim e não me reconhece? Me pegue logo em sua mão e comece a traçar as primeiras palavras no papel.
- Lápis? Você é o lápis?
- Até que enfim!
E assim, cá estou eu a obedecer esse meu amigo que de tanto me acompanhar passou a ter vida própria e se tornou muito exigente.
- E aí? Vai escrever ou não?
- Está bem. Podemos começar.
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