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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Universos paralelos

Como sempre numa roda de bate papo com mulheres e homens é inevitável a abordagem da questão denominada universos paralelos, ou simplesmente homens e mulheres, ou ainda seres de planetas diferentes. A verdade é que somos tão diferentes que nos assemelhamos. Sempre há um ponto de convergência entre esses dois espécimes da natureza. Contudo, muitos por afirmação precisam apontar mais os pontos divergentes e eternizar essa guerra dos sexos. 
Não deixa de ser prazeroso ouvir toda essa problemática quando numa mesa de bar temos a oportunidade de reunirmos os dois.
Ontem, tudo muito pacificamente, numa mesa de bar,  foi levantada esta questão. A convergência é que todos, tanto um quanto o outro, deseja ter alguém para compartilhar os momentos, bons ou ruins. Observo, não é a primeira vez, o que menos é abordado é a capacidade de tolerar e compreender as disferenças com o propósito de manter essa união.
Muitas opiniões são colocadas na mesa. Homens dizem que mulheres querem se apossar de sua masculinidade, tomando a frente seja no trabalho ou no comando da dinâmica do casal. As mulheres enfatizam que os homens são muito complicados, que não sabem lidar com situações que envolvam o  emocional e ao se juntarem a elas se tornam um "encosto".
Lembro-me de um livro de Miguel de Sousa Tavares que li há um certo tempo, Nunca te deixarei morrer, David Crockett, em que ele enfoca a necessidade de vivenciarmos mais os momentos sem criarmos a ilusão da felicidade ou tristeza encarceradas num horizonte fechado, de rupturas, dicotomizadas. Mais interessante, ainda, constata que é um processo longo e difícil, como sempre o são as aproximações entre duas pessoas habituadas a estarem sozinhas.
Em que momento tudo isso virou uma bagunça? O que se tornou complicado? Cada um na sua ou os dois juntos se complicaram? Será que essas questões sempre tiveram presentes no universo de ambos?
Complicada eu ou você?
Transcender à nossa condição de mulher ou homem para compreendermos o universo HUMANO e, incluindo o espiritual, talvez seja o caminho para a tal convergência.
Pois bem, após um breve tempo de trocas de opiniões a conversa foi direcionada para o interesse sobre a minha relação com meu marido. Como nos havíamos conhecido? E sobretudo, sobre os detalhes de caráter mais romântico. Foi neste momento que todos os dois universos se encontraram para idealizarem cada um o seu momento de encontro com o outro. Histórias bem sucedidas ou com passagens idílicas costumam criar a ilusão de ser tudo muito fácil. É como se transportasse o ego angustiado pela solidão para uma área de extrema felicidade e possibilidade de convergência de interesses. E tudo, claro, estaria resolvido.
Enfim, na mesa de bar findou o embate entre homens e mulheres. Todos concordaram que os ditos universos paralelos fazem parte de uma mesma galáxia. São apenas dois planetas, cada qual com sua rotação e translação querendo um lugar ao sol. Não há necessidade de enfrentamentos.
Não querendo ser demasiadamente pretenciosa, tudo se resume a uma simples equação matemática onde o resultado pode ser negativo ou positivo, desde que tenhamos a habilidade para obtermos um resultado satisfatório para ambos. Nenhum valor absoluto, enfim.


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